Saiba mais sobre o capim-pé-de-galinha e a vassourinha-de-botão e aprenda passo a passo como realizar o manejo eficiente dessas plantas invasoras.
Capim-pé-de-galinha e vassourinha-de-botão: o que é e como realizar o manejo
O capim-pé-de-galinha tem dispersão por todo o Brasil, sendo uma invasora que causa problemas em diferentes cultivos, dentre eles a soja, sendo que, nos últimos três anos, a área infestada com capim-pé-de-galinha triplicou, atingindo mais de 26 milhões de hectares. Atualmente, é a planta daninha de maior relevância em área no país e, em Mato Grosso, essa invasora já está presente em mais de 86% das lavouras (Spark, 2023).
A vassourinha-de-botão, diferentemente do capim-pé-de-galinha, tem sua disseminação mais tímida, infestando principalmente o Cerrado brasileiro, com destaque para os estados do Norte, Mato Grosso e Goiás, porém, já foi identificada a presença em diversos outros estados. A vassourinha-de-botão ganhou mais representatividade no cenário agrícola nacional após sua rápida expansão por Mato Grosso, onde já infesta mais de 3 milhões de hectares de soja.
Veja agora mais sobre as características e problemas que elas podem causar nas lavouras, além de um passo a passo sobre como realizar o manejo eficiente.
Capim-pé-de-galinha, o que é?
O capim-pé-de-galinha é uma planta comum em regiões de clima tropical e subtropical. Seu nome científico é Eleusine indica, mas também é conhecida por diversos outros nomes populares, como grama-de-coradouro, capim-colchão e pata-de-galinha. Essa planta pertence à família das Poaceae, a mesma das gramíneas.
Reconhecido por suas folhas estreitas e longas, que lembram a pata de uma galinha, daí o seu nome popular, o capim-pé-de-galinha pode crescer em diversos tipos de solo, mesmo em locais com pouca fertilidade e compactado, e é altamente adaptável, o que a torna uma espécie de difícil controle em muitas áreas.
Essa planta daninha pode ser um grande desafio para agricultores, pois compete por nutrientes e água com as plantas cultivadas, interferindo no crescimento das culturas.
Características do capim-pé-de-galinha
Planta ereta ou semiprostrada pode atingir até 70 cm de altura. É uma gramínea anual, reproduzida por sementes (com uma produção média de 40 mil sementes por planta), apresenta colmos achatados, principalmente na parte inferior, de coloração mais clara na base e possui pilosidade na região do colar. Existe predominância de folhas na base e menor quantidade ao longo do colmo.
Seu rápido desenvolvimento pode resultar na redução da produtividade da soja. Além disso, sua presença pode dificultar a colheita e o manejo, tornando-se uma praga difícil de controlar.
Vassourinha-de-botão, o que é?
A vassourinha-de-botão é uma planta daninha de nome científico Spermacoce verticillata, pertencente à família Rubiaceae, nativa das Américas, estando presente desde o Sul dos Estados Unidos até a parte meridional da América do Sul. No Brasil, existem diversas espécies do gênero Spermacoce que podem ser facilmente confundidas com a S. verticillata.
No Brasil, ela se desenvolve em todas as regiões, com incidência maior na região Centro-Oeste, sendo conhecida também como cordão-de-frade, cordãozinho-de-frade, erva-botão, falsa-poaia, perpétua-do-mato, poaia-comprida, poaia-falsa, poaia-preta, poaia-rosário, vassoura-botão e vassourinha.
É considerada uma planta rústica, tolerante a solos ácidos e com poucos nutrientes, com capacidade de formar grandes infestações, interferindo negativamente em culturas agrícolas e pastagens. É uma planta perene, que sobrevive ao inverno seco do Cerrado brasileiro com reprodução feita exclusivamente por sementes.
Características da vassourinha-de-botão
A planta possui cerca de 30 cm de altura, mas pode atingir até 80 cm, com hábito semiprostrado ou ereto, muito ramificado. Possui caule cilíndrico na parte inferior, muito ramificado com ramos quadráticos, com pilosidade curta e abundante. Suas folhas são simples, lisas, sem pecíolo, dispostas de forma verticillata (daí o nome S. verticillata) nos vários nós. Suas flores geralmente são brancas e a apresenta raiz pivotante.
Práticas recomendadas para o manejo do capim-pé-de-galinha e da vassourinha-de-botão
A resistência ao herbicida glifosato e inibidores da ACCase está entre os principais motivos pelo rápido crescimento da área infestada pelo capim-pé-de-galinha. Já a vassourinha-de-botão é uma planta caracterizada como tolerante ao glifosato, ou seja, esse herbicida nunca foi efetivo no controle dessa invasora, possibilitando a produção de semente e, consequentemente, a dispersão nas áreas agrícolas onde o glifosato foi, por muitos anos, a principal ferramenta herbicida para controle de plantas daninhas.
Desde a liberação da soja resistente ao glifosato no Brasil, em 2010, a área semeada com essa tecnologia vem crescendo, e hoje tem-se, aproximadamente, 98% da área de soja. O glifosato revolucionou o cultivo da cultura no Brasil, por exemplo, na expansão do plantio direto, mas seu uso intensivo selecionou plantas daninhas resistentes e tolerantes. Por isso, é fundamental adotar estratégias de manejo integrado de plantas daninhas, incluindo a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação e combinação com outras técnicas de controle, como a rotação de culturas e o controle mecânico e adotado de práticas agronômicas que promovem o manejo adequado das plantas invasoras.
Mais eficiência no controle de plantas daninhas resistentes
Os herbicidas do Sistema Enlist® têm se mostrado uma valiosa ferramenta no controle eficiente de plantas daninhas resistentes, tolerantes e de difícil controle, como o capim-pé-de-galinha e a vassourinha-de-botão.
Além da tolerância aos herbicidas Enlist® Colex-D® (novo 2,4-D sal colina) e glifosato, a Soja Enlist® também é tolerante ao herbicida glufosinato de amônio, que age inibindo a enzima glutamina sintetase nas plantas, levando a uma rápida dessecação e morte das plantas daninhas, mesmo aquelas resistentes ao glifosato e inibidores da ACCase, como o cletodim e o haloxifope. Além disso, sua ação é de amplo espectro, auxiliando no controle de diversas espécies problemáticas como o capim-pé-de-galinha e a vassourinha-de-botão. A tecnologia Enlist® permite um controle eficaz, mantendo a pressão de seleção e promovendo a sustentabilidade no manejo das invasoras, promovendo, assim, maior produtividade nas lavouras.
Referências:
https://ri.ufmt.br/bitstream/1/2376/1/TESE_2018_Edson%20Ricardo%20de%20Andrade%20Junior.pdf
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/143235/1/Circ-Tec-54-.pdf
